Criança no celular o tempo todo: quando o uso de telas vira um problema?
- Cris Corsini

- 28 de nov.
- 2 min de leitura
“Meu filho não larga o celular.” Essa é uma queixa cada vez mais comum nos consultórios. A criança no celular o tempo todo, o adolescente que troca o sono por telas, as brigas familiares em torno do aparelho. A tecnologia faz parte da rotina, mas o uso excessivo de telas pode afetar atenção, sono, humor e até o desenvolvimento da linguagem infantil.
Uso de telas em crianças: sinais de alerta
Nem todo uso de celular é dependência digital, mas alguns sinais mostram que passou do ponto:
Crises intensas quando o celular é tirado ou a internet cai
Perda de interesse por outras brincadeiras que antes eram prazerosas
Troca de horas de sono por tempo de tela
Queda no rendimento escolar e dificuldade de concentração
Isolamento social, irritabilidade ou mudanças bruscas de humor
Quando esses sinais aparecem, é importante olhar com carinho para o uso de telas na rotina da família.
Por que o excesso de celular preocupa no desenvolvimento infantil
O cérebro em desenvolvimento precisa de movimento, contato visual, conversa, brincadeiras e experiências concretas. O uso excessivo de celular pode:
Reduzir a quantidade de interações cara a cara
Diminuir o tempo de brincadeiras livres e criativas
Prejudicar o sono e o ritmo biológico
Aumentar a busca por estímulos rápidos e imediatos
Tudo isso pode impactar o desenvolvimento da linguagem, a aprendizagem e a saúde emocional da criança.
Como reduzir o uso de telas sem guerra em casa
Não existe solução mágica para dependência digital infantil. O caminho costuma ser feito de pequenas mudanças consistentes:
Combinar horários claros de uso do celular, levando em conta idade e rotina
Reservar momentos da casa sem telas, como refeições e antes de dormir
Oferecer alternativas reais e interessantes para o tempo livre
Acompanhar o conteúdo consumido e conversar sobre ele
Tentar ser exemplo, diminuindo também o uso de telas dos adultos nesses momentos
Mais importante que controlar o relógio é reconstruir o vínculo e a qualidade do tempo juntos.
Quando buscar ajuda profissional para uso excessivo de telas
Se o tema virou motivo diário de conflito, se a criança apresenta sintomas de ansiedade, irritabilidade extrema ou prejuízo importante na escola e nas relações, vale buscar ajuda de um profissional de saúde mental, psicopedagogo ou fonoaudiólogo com experiência em infância e adolescência.
Em muitos casos, o uso excessivo de celular não é a causa, mas um jeito de lidar com algo que já está difícil: relações complicadas, dificuldades de aprendizagem, baixa autoestima, solidão.
Na Casa Fala, o olhar para a criança no celular é sempre ampliado. Antes de culpar a tela, investigamos como estão o sono, a convivência, a fala, a linguagem, as emoções e o contexto escolar. A partir daí, construímos, junto com a família, um plano possível para retomar o equilíbrio.

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